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O DIA EM QUE OS PAPÉIS SE INVERTERAM

Foto do escritor: IbbnIbbn

Atualizado: 6 de set. de 2022

Por Elisa Calvete - Vivencias da Quarentena.

Eu tenho uma lembrança muito gostosa da minha infância. Quando havia um dia especial (aniversário, principalmente), minha mãe me deixava assistir a algum filme que eu gostava muito em nosso VHS enquanto fazia uma comida que eu tinha preferência. Geralmente, esse filme era de alguma princesa Disney (ou A Pequena Sereia, ou, A Bela e a Fera) e eu particularmente gostava de um macarrão que ela fazia: era macarrão de espinafre com molho de creme de leite.


Quando chegava a hora do almoço, eu já tinha terminado o filme, sentávamos à mesa e comíamos todos juntos. Com o passar do tempo, apesar de ser uma lembrança muito gostosa, era algo que eu pouco pensava. Primeiro porque cresci e posso eu mesma colocar os filmes que quero para assistir (e não se engane pensando que não assisto mais Disney. Ainda amo esses filmes) e, depois, porque muitas vezes sou eu quem faz uma comidinha rápida para comermos.

Outra tradição foi instaurada ao longo dos anos, mas pela minha mãe. Ela ama café da manhã e todos os dias das mães e aniversários dela, vamos a uma padaria e comemos com ela em um Buffet que é servido. Entretanto, com a chegada do corona, essa era uma tradição que não poderíamos repetir esse ano. Quando maio chegou, conversei com minha irmã e decidimos que em 2020, nós faríamos um café em casa, e também, um almoço. Minha mãe pediu para fazer costelinha de porco com arroz.


Tomamos o café e sabíamos que demoraríamos a sentir fome. Então, tiramos a mesa, lavamos tudo e comecei a picar os ingredientes para fazer o almoço. Porém, eu não sei sua mãe, mas a minha ficava perguntando se podia ajudar, o que podia fazer. Porém era o dia dela. Então tive uma ideia. Perguntei se ela já havia assistido o filme live action de A Bela e a Fera. Ainda não.


Coloquei ela de frente para a TV, arrumei o filme na Amazon e ela começou a assistir (foi ela quem me levou o primeiro VHS desse filme e era apaixonada por ele também).


As primeiras notas da música de abertura soaram e ela parou de dar atenção à cozinha enquanto o filme se desenrolava.


Em uma cena engraçada, fui até a sala para ver de qual momento que ela ria. De repente, me lembrei de todas as vezes que era eu, ainda criança, assistindo à Disney enquanto ela fazia o almoço. E percebi que, mesmo que um pouquinho, estava cuidando dela da mesma maneira que ela tanto cuidou de mim. Nessa hora, aquele sorrisinho de alegria apareceu em meu rosto.


O almoço ficou pronto um pouco depois de o filme acabar. Sentamos, comemos, todos gostaram da costelinha de porco com arroz, a ponto de repetirem o prato. Louças na pia sendo lavadas. Pensávamos qual outro filme iríamos assistir.

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